segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Desafio Literário ( janeiro) Livro e Filme ESTÔMAGO



Resenha do “Livro Estômago”( IBERE) ( autores Marcos Jorge e Lusa Silvestre, Cláudia da Natividade, da série “APLAUSO”, publicado pela imprensa oficial)

“Qual a diferença entre o homem e os animais?
- O homem cozinha ! “


O livro escolhido para “ gastronomia” foi Estômago que fala de cozinha, mas não da alta cozinha francesa como a maioria dos livros que tratam do tema. Estômago trata da cozinha popular, da aquela dos botecos com paredes de azulejo que servem cerveja com frango à passarinho. Locais frequentados por pobres e intelectuais que gostam de parecer membros do povo, intelectuais como eu que gosto de passar horas de alegria em volta de uma mesa jogando conversa fora com os amigos. Bem, o livro trata de comida de gente pobre ( o que não quer dizer que seja comida ruim) e nesse contexto a relação entre gastronomia e poder. Quem cozinha? Quem manda? Como o domínio de uma técnica pode conquistar o respeito frente aqueles que não conhecem.
Essa relação de poder já aparece nos filmes europeus, nos quais a cozinha é quase um quartel, onde uma relação hierarquizada acontece entre o chef e os subordinados. Num livro de alta gastronomia essa relação é elegante, cheia de glamour. Mas numa história entre pobres essa relação pode passar do cômico ao violento, e é isso que dá agilidade a Estômago, inclusive parte da história acontece dentro de uma prisão. E a cozinha é um espaço pela luta pelo poder, tanto no botequim quanto dentro da prisão !
A história conta a trajetória de Nonato, um nordestino talentoso na culinária, mas que vai se degradando à medida que descobre como funciona a sociedade. O roteiro leva o personagem a um processo de diuição, de maneira semelhante a um estômago que digere os nutrientes até transformá-los em fezes e expeli-los do corpo, assim o sistema vai destruindo os sonhos e amores de Nonato ao longo da história.
Há duas narrativas paralelas: a de Nonato na prisão, e a que conta o que aconteceu antes do protagonista ser preso. As duas narrativas correm paralelamente em direção a um final forte e surpreendente. Na primeira narrativa, Nonato é um retirante que chega a uma cidade grande e vai limpar a cozinha de um bar onde é explorado e mantido praticamente como prisioneiro pelo dono. Durante sua estadia no bar, Nonato descobre que ter um dom para cozinhar. É através desse dom que ele atrai o amor de Iria uma prostituta, cliente do bar. A narrativa é entrecortada por cenas da futura vida de Nonato dentro da prisão, inicialmente não sabemos o motivo dele ter sido preso. Incialmente rejeitado pelos presos mais velhos, ele vai ganhando certo respeito dos colegas por dominar a técnica da cozinha.
A gastronomia é claramente ligada ao poder e ao sexo na história. É através dela que Nonato conquista o direito de dormir numa cama na prisão, e é com ela que ele conquista Iria. O prazer da comida mistura-se ao prazer do sexo em um trecho em que a namorada come uma comida feita pelo cozinheiro, enquanto faz amor com ele, leia o trecho:

“Nonato e Íria fazem sexo. Íria está de quatro na cama e Nonato a está penetrando, por trás. A cama range muito com os esforços de Nonato. Nonato segura com força o traseiro de Íria, que é grande, branco e redondo. A câmera passeia pelo flanco e pelas costas de Íria até chegar em seu rosto. Na beira da cama, Íria está... Comendo. Ela pega, com as mãos, grandes bocados de comida e coloca na boca. Ela se atrapalha um pouco, pois seu corpo é jogado para frente e para trás por Nonato, mas mesmo assim ela come com sofreguidão, lambendo os lábios.”

É Através da gastronomia que se os homens conquistam mulheres ou as se perdem no filme... é também através dela que se o sujeito se mantém vivo na prisão... É um conto de fadas, no qual o cinderelo borralheiro vai viver um sonho graças à mágica das panelas, ao sabor do Alecrim... mas é um sonho que pode se transformar num pesadelo, um jogo de poder em que se pode ser tragado pelo sistema ... as duas narrativas caminham em direção a um final dramático, sem esperanças... fechando o clico do estômago, que digere o herói no processo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"O CLIENTE "


Uma divertida FARSA sobre a dificuldade de comunicação no amor e no mundo dos negócios... divirtam-se:

O VISITANTE
(peça sobre dificuldades de comunicação no trabalho e no amor)
PERSONAGENS
PEDRÃO ( funcionário medroso e adulador do chefe)
CARLITO ( Funcionário malandro, melhor amigo de Pedrão)
MAURÍCIO ( o chefe da empresa, um pouco machista, mas no final cede ás vontades da mulher)
DONA FLAVINHA ( Mulher do chefe, sensível , mas tem personalidade)
ROBISLEI ( motoboy, usa linguagem da periferia, "cai de paraqueda" na hist´roia)



CENA 1

( perto do café, Pedrão e Carlito conversam )
PEDRÃO:( visivelmente nervoso) Por que você demorou tanto Carlito ? Eu já estava uma pilha de nervos: enquanto te esperava tomei um chá de camomila, três calmantes, e pior... acabei colocando um cd do Osvaldo Montenegro... mais dez minutos daquilo e agora estaria em COMA !
CARLITO: Deixa de ser exagerado Pedrão, afinal apresentar o balanço do desempenho anual da empresa não é o fim do mundo. Veja isso como uma oportunidade: depois desse serviço você vai poder receber elogios do Patrão!

PEDRÃO: Elogios? Na verdade, depois de um ano eu vou poder conversar com o patrão ! O Dr Maurício nunca fala comigo, quer dizer... a última vez que falou foi na confraternização de fim de ano, mas acho que dessa vez não conta, ele estava tão bêbado que conversou até com o cachorro do segurança.
CARLITO: E deixa de chamar o homem de doutor que ele não é formado em coisa nenhuma...
PEDRÃO: Isso aqui é uma empresa familiar, a gente tem que chamar todo mundo de doutor, até o gato deles se vier aqui eu chamo de doutor !
CARLITO: Você não tem amor próprio?
PEDRÃO: Amor próprio eu não sei ! O que eu tenho são dívidas! Dívidas... e não posso perder esse emprego.
CARLITO: ( Aproxima-se do amigo para incentiva-lo, fica ao lado e coloca a mão no ombro ) Pedrão, isso aqui é um ambiente empresarial entende? Você tem que se inspirar nas grandes autoridades do assunto, o que seria de BILL GATES se não tivesse auto estima?
PEDRÃO: (deixa levar pela emotividade , coloca a mão no peito, e olha para o alto, como se imaginasse o próprios nomes que o amigo vai citando) BILL GATES...
CARLITO: Se não tivesse superado as adversidades, Steve Jobs nunca teria criado a Apple... ( Pedrão levanta o queixo orgulhoso)... vamos pensar mais aqui no Brasil, se ele tivesse desistido Capitão Nascimento nunca teria chegado a coronel...
PEDRÃO ( fazendo cara de desânimo) Capitão Nascimento nunca esteve na enrascada que eu tou...
CARLITO: Ahhhh, Pedrão, o seu Maurício não é tão rígido assim, são apenas relatórios...
PEDRÃO: Acontece que eu perdi os dados que o chefe me passou e acabei fazendo um relatório meio incompleto... Ai ! logo agora que todos estão esperando a visita do tal indiano que vem assinar um contrato milionário com o DR Maurício.
Carlito: Eu não tou sabendo de indiano nenhum...
Pedrão: Não tá sabendo ? é que você não tem contatos como eu , né?
Carlito: Pedrão, ficar ouvindo atrás das portas agora é ter contatos? Mas me fala logo, como é esse indiano?

PEDRÃO: Até agora ninguém viu, mas parece que é uma pessoa super simples, sabe como são os indianos ne... aquela coisa de desapego... meditação... ioga... Mas o doutor Maurício quer o relatório completíssimo pra causar boa impressão sobre nossa firma...( olha para a porta e se assusta) Ih Carlito... lá vem a mulher do patrão pegar o relatório...
CARLITO: Pode deixar, tá comigo tá com Deus...
DONA Flavinha : ( entra na sala e se dirige aos funcionários): Bom dia, já está tudo pronto? Quero tudo perfeito para a assinatura do contrato...
PEDRÃO( tremendo): é que... ahnnn... o relatório... então, veja bem....
DONA FLAVINHA: Deixa de gaguejar e fala logo...
CARLITO: ( Se colocando na frente do amigo) É que o seu Maurício ainda não passou os dados anuais, e o Pedrão estava justamente me falando agora da importância desses dados para a realização do relatório. Como a senhora sabe né, um relatório é basicamente composto de dados.. então...

DONA FLAVINHA: ( interrompendo o funcionário) Como não passou? O Maurício não é de fazer isso, deve ser distração... Aliás, deixa eu pedir o almoço dele e depois resolvo esse problema... ( pega o celular e colocando no ouvido) “Alô é do restaurante? pode fazer uma entrega aqui na empresa? Isso !”

CENA 2

(do lado esquerdo do cenário, Marido sentado na cadeira, lê a página de esportes do jornal, enquanto a mulher entra.. )

DONA FLAVINHA: ( senta numa cadeira ao lado ) Pronto amor, já pedi o nosso almoço, assim você pode comer sossegado enquanto espera o empreendedor Indiano chegar...
MAURÍCIO: ( sem tirar os olhos do jornal) mandou buscar comida Indiana, amor?
DONA FLAVINHA: Não Maurício, eu pedi salada mesmo, porque você sabe o que acontece quando come pimenta, depois eu que aguento em casa...
MAURÍCIO: mas você não disse que o entregador indiano ia chegar?
DONA FLAVINHA: Eu disse que o empreendedor indiano ia chegar... e por falar nisso, você não acredita, aquele funcionário esquisito reclamou que você não entregou o relatório mensal da empresa , você acredita, que abusado!

MAURÍCIO: ( com os olhos fixos no jornal) Ahan...

DONA FLAVINHA: Maurício, você tá ouvindo o que eu estou falando?
MAURÍCIO: ( vidrado no jornal) Lógico...

DONA FLAVINHA: Então você seria capaz de repetir o que eu “acabei de dizer”?

MAURÍCIO: Você falou do funcionário esquisito. Que ele anda POR AÍ falando das pessoas...

DONA FLAVINHA: Falando das pessoas NÃO. De você ! ( segura o jornal do marido ) Pode uma coisa dessas?

MAURÍCIO: ( olha para ela, dá uma risada amarela) Pois é, foi isso que eu quis dizer...( estica o pescoço pra ver melhor o jornal, parece empolgado com as notícias)- Também achei isso... “ TERRÍVEL”!

DONA FLAVINHA: Achou? E você fica vai ficar aí “sentado”... sem fazer nada?

MAURÍCIO: Não estou “fazendo Nada”... (procura algo pelo sofá) - Estou... hummm ...”INDIGNADO”!! – O que você pediu mesmo para ao almoço?

DONA FLAVINHA: Tá vendo só ? você nem está prestando atenção na nossa conversa. Tudo bem: se não quer falar agora eu falo depois !

MAURÍCIO (preocupado) Não é isso não, amor ! É que eu SÓ FALO... ahhnn... quando É NECESSÁRIO !

DONA FLAVINHA: Quer dizer então que o que eu falo NÃO É IMPORTANTE?

MAURÍCIO: Não confunda ser “ necessário” com ser “importante” !

DONA FLAVINHA: Ok, a partir de hoje, só farei o mínimo necessário dentro da empresa ! E não adianta vir me pedir algo , dizendo que é muito importante !

MAURÍCIO: ( Preocupado, dobra o jornal) Que é isso amor ! Mas, você há de convir que as mulheres tem uma “tendência a usar milhões de palavras quando poderiam se comunicar com poucas”.

DONA FLAVINHA: Quer dizer que eu falo milhões de palavras... e isso te incomoda, certo?

MAURÍCIO: Não é pra tanto, mas milhões de palavras aqui, milhões ali, começam a ter um peso significativo...

DONA FLAVINHA: (indignada, fica de costas para o marido) Nunca ouvi algo tão machista antes!

MAURICIO: É algo que vocês não percebem: “ a mulher fala até quando ela não quer falar”. Eu posso provar !

DONA FLAVINHA: ( vira o pescoço desafiadora) Isso eu quero ver !

MAURÍCIO: Quer ver? ( retira um papel do bolso, volta-se para a plateia e fala) Até anotei aqui! ( olha para a mulher) Por exemplo...A mulher, mesmo quando não está teclando, tem sempre uma ( faz sinal de aspas com os dedos) “FRASE EDIFICANTE NO MSN!” Algo como: “Se a oportunidade não bate, construa uma porta.”, ou então, uma outra que eu li num msn: “ ...Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor e compram passagens só de ida…” O que é isso? Não faz sentido !

DONA FLAVINHA: ( Já nervosa) Isso é Marta Medeiros, e estava no MEU msn !

MAURÍCIO: ...

DONA FLAVINHA: Ok, Já que as mulheres falam demais, acho que o senhor “sabe tudo” não vai se incomodar se a partir de hoje eu fizer uma GREVE !

MAURÍCIO: como assim, uma greve?

DONA FLAVINHA: Uma greve ! Não vou falar mais, por tempo indeterminado !

MAURÍCIO: não precisava levar tão...

DONA FLAVINHA: PSSSS !! JÁ começou... Vou dar uma volta por aí, mas infelizmente não vou poder dizer aonde vou... por causa da greve, sabe...( pega o casaco e abre a porta e começa a sair...)

MAURICIO: ...

DONA FLAVINHA: (Volta, e coloca a cabeça pra dentro) E Martha Medeiros estava falando sobre pessoas de vida interessante, e não para insensíveis machistas! ( tampa a boca com a mão e sai de vez)

MAURÍCIO: Mas o que eu vou almoçar ?
DONA FLAVINHA: ( com olhar bravo, A boca tapada, pega o telefone celular dele e com o mostra um catálogo escrito delivery para ele e sai.)

MAURICIO: ( Põe a mão no pescoço) glup!

CENA 3
( no corredor, a mulher, ainda brava, passa, sem perceber, pelos funcionários que novamente estavam no cafezinho)
CARLITOO: Bom dona Flavinha !
DONA FLAVINHA: ... ( afasta-se sem ouvir o cumprimento, sai da cena)

CARLITO: Ta vendo Pedrão, que mal educada! Ela nem respondeu, e ainda tapou a boca !

PEDRÃO : Carlito, Eu te avisei pra você não comentar sobre o relatório do Dr. Claudinei o marido dela. Viu como ela ficou? Aposto que ela tava com a mão na boca pra você aprender a ficar calado!

CARLITO: Você sabe que eu não sou de fazer fofoca né? Falei assim por falar..Não sabia que ela era tão vingativa... Ah,mas você acho que você está imaginando coisas ! Um comentariozinho assim tão bobo !

PEDRÃO: ( sussurando) Olha, lá vem o Marido dela ! (com um sorriso amarelo, finge simpatia) -Como vai DR Mauricio ?

MAURÍCIO : ( preocupado, passa correndo, tentando alcançar a mulher...sai da cena)

PEDRÃO: Carlito, em cada uma que você me mete... Olha, ele tá voltando com uma cara brava, vamos fingir que não estamos vendo... Finge que tá bebendo café...
CARLITO: Essa agora !?! Já faz dois anos que eu sou obrigado a fingir que estou trabalhando, e agora também tenho que fingir que tou tomando café...

( Mauricio entra em cena de novo, com cara de desanimado)
PEDRÃO: Faz cara de quem tá tomando café... ( finge que não vê o chefe se aproximar e fala com voz empostada para o amigo) Gostoso esse café né, tem notas de cacau, frutas exóticas...
CARLITO : ( fingindo também, vira de costas quando o chefe passa) humm, notas cítricas... ( com jeito de deboche) banana, cebola...

MAURICIO : (Vai ate sua mesa, recolhe o jornal ,desanimado, só agora percebe os funcionários que viram o rosto quando ele passa, CARLITO E PEDRÃO assoviando saem de cena...Mauricio volta-se para o público e fala) - “Credo, que gente mais esquisita ! “ ( logo após, também sai de cena no mesmo momento em que ROBISLEI entra em cena)


CENA 4
ROBISLEY: (com um pacotinho na mão, fala com jeito e sotaque de motoboy) Nussa que transito loco mano, se PÁ eu não chegava nesse pico aqui pra entregar a salada que pediram, e não tem ninguém pra receber... Pior que eu tô com uma fome nervosa, tou quase batendo essa xepa aqui...
( entram Carlito e Pedrão, encontram o motoboy)
ROBISLEY: ( Falando com Pedrão) Oh Mano, Na positividade, adianta o meu essa parada, não atrasa o meu lado não, se não a chapa vai esquentar pra mim óó...
PEDRÃO: Quem é...
CARLITO: ( com um sorriso artificial) Um minutinho senhor... ( puxa Pedrão de lado e fala) Pedrão, esse aqui deve ser o tal indiano, você não disse que ele era uma pessoa simples.. ( empurrando o amigo na direção do visitante) Vai Pedrão, adianta o lado dele ! Ele deve estar querendo assinar o contrato logo...
ROBISLEY: Que parada é essa veio? Que Ideia é essa que esse cara tá me dando? Esse maluco tá querendo me dá um blecaute no pensamento !
PEDRÃO: Tem certeza que essa ai é o Indiano, porque eu não tou entendendo nada que esse cara tá falando ...
CARLITO: ( Se mete na frente de Pedrão) Desculpa meu amigo senhor, ele não está acostumado a lidar com idiomas estrangeiros...
ROBISLEY: Satisfação conhecer sua pessoa, fiquei a maior cara no transito , vixi.. maior parada dura ... eu tou pra te falar uma coisa Será que sua pessoa me não tem um banheiro “pra mim “usar não ?
CARLITO: ( acompanha o visitante até a porta, Robisley sai de cena) ” Isso, segunda a direita..” ( pega o celular e põe no ouvido) “ Dr Maurício o indiano já chegou.. o senhor tá na sala do lado ? isso traz a dona Flavinha também...” (desliga, vai até Pedrão) Pedrão, você tá salvo, agora só enrolar um pouco que eles vão esquecer do relatório...
( entram Flavinha com cara de brava e Maurício atrás)
MAURÍCIO: Meu bem, não precisa ficar brava...
DONA FLAVINHA: ( vira-se para Pedrão) Diga ao seu chefe que não adianta tentar falar comigo que eu estou em greve...
PEDRÃO: Dr. Maurício, não adianta falar pois a doutora Flávia está em greve... (vira-se para FLAVINHA) Greve do que? ( ela não responde)
MAURÍCIO: Flavinha, eu valorizo tudo o que você diz...
DONA FLAVINHA: ( para Pedrão) diga que se valorizasse não agiria assim...
PEDRÃO: ( volta-se para Maurício) ela disse que se o doutor...
MAURÍCIO: ( Para Pedrão) Eu ouvi o que ela disse ! ( volta-se para Flavinha) QUERIDA me desculpe, eu nunca mais vou agir assim, você é muito importante aqui !
DONA FLAVINHA: É?
MAURICIO: É VERDADE!
DONA FLAVINHA: Se é assim tá bom, eu perdoo.
MAURICIO : ( aliviado) Que bom, as coisas estão começando a melhorar...
CARLITo: e vão melhorar mais ainda, quando souber que o Indiano já chegou, perai que eu vou buscar...
MAURÍCIO : Chegou? Ótimo, já que tudo acabou bem, vamos todos almoçar no restaurante e assinar logo esse contrato.
( volta Carlito com Robisley)
CARLITO: o senhor queira nos acompanhar que o Dr Maurício convidou o senhor para ir ao restaurante...

ROBISLEY: Restaurante ? eu com essa fome loca, e essa saladinha mixa aqui..

CARLITO: Isso o senhor não é o empresário indiano?
ROBISLEY: Indiano? ( olha para o público e diz ) ARE BABA !!( Cumprimenta Mauricio com uma saudação indiana- junta as mãos e inclina-se, depois volta ao normal e esfrega as mãos) É nóis , vamo bate esse rango ai... que tem um buraco enorme na minha barriga indiana. ( olha pra plateia e fala) Tamo junto !

( todos saem)


FIM